domingo, 28 de fevereiro de 2010

A luta pela vida


Eu vi a minha melhor amiga na rua quase sendo atropelada. Corri para tentar salvá-la e a empurrei fora do asfalto. Depois não senti mais nada, tinha sido atropelada por um carro. Estava incosciente. Não sei quem chamou o bombeiro, não sei o que fizeram comigo.

Tive a sensação que estava morrendo, a paz era muito profunda, tão profunda que cheguei a pensar que estava num céu. Indo para lá por ter salvo a vida da minha amiga.

Mas eu estranhei o lugar, não era como eu tinha imaginado. Não tinha arpa, não tinha anjos, não tinha telescópio para os anjos espionarem o nosso planeta, sinceramente não tinha nada. Eu pensei que os anjos estavam me esperando, mas estava enganada. Estava sozinha naquele lugar, sem ninguém para me guiar. 
Tinha nuvens por tudo que é lado, não dava para ver nada e não tinha presença nenhuma.  


Entrei em pânico porque não queria está ali, não queria está em lugar nenhum ao não ser onde pertenço. Não queria morrer, perder a minha vida por causa do atropelamento. Não queria deixar meus pais, meu irmão e meus amigos.
Não queria abandoná-los, não mesmo. Queria ficar mais tempo com eles.

Comecei a procurar um jeito de sair dali, um jeito de ter a minha vida de volta.
Depois de várias tentativas, depois de correr para várias lugares desconhecidos, não consegui achar a saída.
Comecei a chorar incontrolavemente, sem saber o que fazer.

De repente escuto a voz da minha mãe implorando pela minha volta. Fui atrás dessa voz, correndo sem parar e feliz. Não estava prestando atenção por onde estava andando e cai. Parecia que tinha caido de uma montanha de tão alto que era. Não conseguia enxergar nada e estava começando a perder os sentidos, iria desmaiar ali mesmo.

Acordei com uma lágrima no rosto. Não conseguia me mexer, mas senti a presença da minha mãe esperando ansiosamente pela minha volta. Ela se aproximou e a vi, foi tão bom, meu sorriso logo apareceu. Eu tinha conseguido voltar. Tive uma enorme vontade de me levantar da cama para abraçá-la e dizer o quanto ela é importante para mim. Mas não consegui fazer isso, minha vontade foi em vão. Não tinha forças para nada.
Tentei falar com ela e minha voz não saiu. Estava paralisada numa cama de hospital, sentindo muita dores. Parecia que aquele corpo não era meu, porque não me obedecia.
Eu queria sair dali, eu queria ver meus amigos, minha família, o sol, a cidade. Queria ter certeza que não estava sonhando, que estava de volta.
Ao ver o médico ao meu lado, me examinando. Confirmou que eu estava viva, bem viva. E ao ver minha mãe ligando para o meu pai para dá notícias sobre mim, me fez acreditar ainda mais. Eu vou ter a minha volta em poucos dias, isso parecia tão irreal para quem estava durmindo há 4 semanas. 

Não tenho a menor dúvida que aquele momento foi o mais especial, foi o momento que eu descobri o quanto amava a minha vida, amava as pessoas que estavam nela e que não iria largar por nada nesse mundo. Nem a própria morte conseguiria apagar esse sentimento que sinto por todos, isso eu tinha certeza.

sexta-feira, 12 de fevereiro de 2010

Laços



Não adianta mais quando os laços são cortados, é inútil tentar fazer algo. Amarrar, colar super-bond. Seja lá qual for a sua tentativa de juntar os laços arrebentados.


Pode dá certo, mas saiba de uma coisa: não durará por muito tempo. Amarrando, o nó fica no meio. Logo, as coisas nunca serão a mesma coisa e mesmo sem querer o laço se soltará. Super-bond cola tudo, mas não cola o esquecimento dos erros quase imperdoáveis.

Nesse mundo que conheço, só existe um laço para cada amizade. Conseguir outro, é um milagre. Mas eu não gostaria de ter esse milagre porque a pessoa futuramente vai fazer questão de jogar na minha cara todos os meus erros que cometi, toda burrada que fiz. Por isso eu prefiro cada um ficar na sua, cada um seguir a sua própria vida. Ser só mais uma lembrança do meu passado.

Laços não duram para sempre, eles se desgastam. É como uma vida, nasce, cresce, desenvolve e morre. E aproveito o máximo para não me arrepender depois.
 
Laços tem suas vantagens e desvantagens. A vantagem do laço é ter a honra de participar da vida da pessoa e deixar uma marca. Cabe a você deixar uma boa ou uma péssima marca. Laços são substituíveis e acrescentados. Substituem laços arrebentados, sem vida para uma nova em folha e também aumentam pelo fato de você conhecer mais pessoas, construindo mais amizade e consequentemente tendo mais laços.
A desvatagem é que tem um tempo determinado, não dura para a vida toda mesmo você querendo.

Então eu só te dou um conselho. Não perca tempo discutindo, brigando por coisas inúteis. Aproveita e gasta com coisas que vale a pena, faça de cada dia um momento inesquecível. E o mais importante de tudo, diga o quanto ela signifca na sua vida e o quanto a ama. Tenho certeza que não vai se arrepender e será uma lembrança e tanto agradável.