quarta-feira, 28 de julho de 2010

Angústia





Será que essa falta de ar que venho sentindo nas últimas 30 horas é angústia?
Do mesmo jeito que falta, sobra o ar, sufoca, invade, domina, determina, pede, leve, peso, dia, noite, falta, excesso... Tudo ao mesmo tempo... O mais difícil é a sensação de perder algo que já não era mais seu, de abrir mão do que não lhe pertence, de sentir falta do que nunca existiu de verdade, apenas a ilusão cretina de segurança que a minha necessidade infantil de proteção criou. Como sempre afirmei, não é possível sentir falta de algo que nunca teve!
Mas acho que na verdade isso tudo é medo, medo do novo, medo do bom, medo de crescer, de se tornar realmente responsável por si, medo de fazer a escolha, medo do erro, da revolta, do arrependimento, medo de perder as migalhas que lhe são jogadas quando ao fim do banquete.

Porque decidir é tão difícil? Porque preferimos a tragédia à opção?
Não sou mais aquela menina que acredita no acaso, cresci, tenho que acreditar na conseqüência, afinal toda ação uma reação, cada escolha uma renúncia... Mas renunciar a que?
Tenho necessidade que segure os meus pés quando tenho frio, mas você nem liga pra isso, acho que nunca percebeu o quanto era importante... Nunca percebeu quem eu sou... Se quiser saber, sou forte, sou frágil, sou mutável, sou solidão, sou desespero, sou carência, sou fiel, sou feliz, sou amor, sou ódio, sou ANGÚSTIA, ou melhor, estou angústia... Mas a culpa não é sua, a culpa é única e exclusiva da minha falta de coragem para ser feliz, a falta de coragem que tenho de me torna alguém... A culpa é do meu comodismo, do meu excesso de exigência, de querer que se torne o meu reflexo, mas como posso querer isso, se muitas vezes não gosto do que vejo quando olho no espelho?

Preciso romper os laços de vento que me prendem a você, desmanchar o laço vermelho que prende o meu tarô, e admitir que fracassamos em nossa viagem rumo à terra fantástica, que o trem quebrou no meio do caminho, e precisamos voltar a pé pelos trilhos. Precisamos admitir que nosso barco já deixou de flutuar a muito tempo, e a sua covardia não permitiu que enxergássemos os remos reservas.
Acho que esse aperto que sinto, é a aflição em saber que a limitação de espaço entre nós se tornou real, e o desgosto da certeza de que fracassamos.

O adeus se torna inevitável, é hora de desatar o nó fictício e tão poderoso que nós une na dor e na decepção. É hora de encarar a realidade.
Vou seguir minha vida, ir em busca de novos portos, vou tratar de comprar meias, para as noites frias... Abrir bem meus olhos, e enxergar as belas coisas que a vida me reservou, correr riscos, crescer, buscar, escolher, optar, vivenciar, mudar...

Sabe o que mais quero? É ter a liberdade de ser quem eu realmente sou, e mesmo assim continuar sendo amada, é ter o direito de mudar de opinião sem perder a graça. Sabe o que mais quis? Ser compreendida... Ah como seria perfeito se você tivesse sido capaz de enxergar através de minhas máscaras... Mas você só foi capaz de enxergar o que pode usar contra mim, contra meus medos e fraquezas.
Mas tudo bem, não sabemos se essa situação é reversível, por isso, vou guardá-la em minha caixinha de Pandora junto com os outros defeitos da humanidade, quem sabe lá dentro ela encontra a esperança.

Bom, agora vou tratar de encarar o novo com alegria, fazer os sacrifícios que serão necessários, brindar aos fracos, escrever para os amigos, me empanturrar de chocolate, ficar na Internet até tarde, tomar banho de chuva, voltar para a faculdade, conhecer novas cidades, fazer novos amigos, traçar novos objetivos, e torcer por sua felicidade, mas agora eu vou ficando por aqui, porque tenho muito a sonhar com essa nova realidade!

(Aluap Ale)

domingo, 18 de julho de 2010

Life.



Se a vida fosse fácil, perdiríamos muitas emoções fortes. Como a dor no peito, o sofrimento, a tristeza, a decepção.
Talvez essas palavras nem existissem, talvez nem seríamos o que somos agora. Talvez seríamos fúteis.
Então aprenda a viver e entender a sua dor. Entenda que o que passou forma o que você é hoje. Talvez uma pessoa má ou boa. Talvez uma pessoa feliz ou triste. Tudo depende de como você aceitou essa dor.

quinta-feira, 15 de julho de 2010

Máscara (2)



Ouve, canta e acredita.
Não há nada melhor do que ser você mesmo.
Ninguém pode mudar seu jeito, nem você.
Sua personalidade é o que te define, é o que vai ser para vida toda.
É claro que você pode melhorar o seu jeito durão, agressivo.
Mas sempre terá um pouco disso em você. Talvez escondido, talvez não.

Máscara

Ela usaria máscara para se esconder do seu verdadeiro eu. Achava que não era feliz e sendo outra pessoa seria. Porque seria o que os outros gostam de ver numa pessoa, mostraria algo que ninguém é: ser perfeita.
Nada mudaria a ideia maluca da cabeça dela. No dia seguinte já mudaria, já se transformaria.
Seria uma pessoa compreensiva mesmo não compreendendo. Seria animada, sempre de bom humor. Esconderia seus defeitos, sua tristeza, seus sentimentos, tudo que fosse negativo. Seria mulher de atitude, nas quais os homens admiram muito.
E assim foi, passaram os dias, meses. Disfarçava muito bem, os seus antigos amigos desconfiavam da mudança mas nunca questionaram. Só se afastaram, não a reconhecia mais.
Tudo estava ocorrendo bem, tinha vários novos amigos. Se tornou uma pessoa popular. Conquistou vários homens.
Mas nada estava ocorrendo bem para ela, dentro dela. Estava incomodada, estava mais infeliz do que antes.
Ela continuou, foi além. Tudo o que contara para os seus novos amigos não passava de mentiras, de casos que nunca aconteceu. Fazia tudo para impressionar os outros.
Quando ia para casa, onde ficava longe de todos. Chorava, se odiava. Não estava mais aguentando viver assim. Uma hora sufoca, uma hora é difícil manter a farsa.
"Ser o que eu não sou. Onde é que estava com a minha cabeça? Onde isso iria me fazer feliz?" Ela pensou.
O pior de tudo foi saber que estava sozinha nessa, não tinha amigos com quem confiar. Não tinha ninguém para desabafar, chorar no ombro. Falar sobre seus sentimentos, sua angústia. Isso estava matando-a a cada dia.
Cedo ou tarde, ela tomaria uma atitude e mudaria isso. E foi o que fez. Foi difícil contar toda a verdade para os seus "amigos", contar que essa pessoa que eles admiravam, gostavam não era ela. Seus "amigos" a julgaram, a odiaram e se afastaram.
Se deu conta de que é melhor ficar sozinha sendo ela mesma do que ficar entre vários amigos e fingir, não ser feliz. Se desculpou com seus antigos amigos por tudo que aconteceu, contou tudo para eles. E ouviu uma coisa que jamais imaginou saindo da boca deles: "Você não precisa mudar para ser aceita, aqui todos te aceitamos do jeito que é. Seus defeitos faz parte de quem você é, inevitável mudar. Todos te amam e sempre irão de amar do que você é. Aqueles que não te aceitam, não te compreende, não te ajuda não são seus amigos. Acredite, nós sempre estaremos aqui para te ouvir, para te perdoar."
Aquele com certeza foi o melhor dia da vida dela, enxeu-a de alegria. Ela pode sentir que estava feliz, com sua consciência limpa, leve e com o coração aliviado.